Foi assim que surgiu o conto:
"Ideias Solidárias"
O senhor Jacinto é um homem possuidor de conhecimentos
matemáticos, casas no Havai e noutras terras paradisíacas, quadros de valor de
zeros extensos, dezenas de terrenos recém-comprados à espera de serem passados
a pente fino e esmagados com edifícios de grande porte onde espera obter sempre
valores elevados ao quadrado, animais exóticos de estimação, locais de trabalho
com escritórios de área equivalente a uma sala de estar, uma residência numa
das mais ricas cidades do mundo, com mordomos, cozinheiros e criados de alta
classe, vestidos a rigor a circularem pelos infinitos corredores e dormitórios
existentes no seu palacete.
Normalmente veste roupas alegres: um casaco com um padrão de
triângulos com botões quadrados, uma camisa branca com círculos cujo perímetro
ultrapassa os padrões normais, retângulos, triângulos e quadrados coloridos,
calças divididas igualmente por três tecidos, sapatos de veludo e uma cartola
com um cilindro perfeitinho no topo com uma fita vermelha e duas penas
geometricamente iguais, colocadas em simetria.
Um dia, a neve formava um manto sobre as ruas, um frio glacial
pairava no ar e já milhares de andorinhas tinham migrado para sul ou para
outras partes do mundo onde havia mais calor. E como pelas janelas do seu escritório
só se via o fumo das fábricas a subir e a rasgar o céu, era como se fosse um
dia caloroso de verão, ao contrário do que ocorria no lado de fora do espaço
onde se encontrava.
(...)
E mais não divulgamos, pois teremos de esperar pela decisão do júri que conheceremos até ao dia 20 de abril.
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