Maria Alberta Menéres formou-se em Ciências Histórico - Filosóficas e esteve ligada ao ensino entre 1965 e 1973. Tornou-se conhecida como autora de literatura infantil e juvenil.
Entre os muitos livros que escreveu, escolhi O Poeta faz-se aos 10 anos para a minha aula de apoio educativo.
"Hoje vou contar-vos uma história".
"História" é uma palavra mágica, pelo que o burburinho inicial da aula foi reduzindo com uns "ppsssiu, a professora vai contar uma história" à mistura.
Comecei a ler...
"Falar de poesia a crianças. Mas como? Dizer o que é poesia? Dar uma definição rigorosa ou sugestiva?
(...)
Eu gosto de lhes dizer: - Habituem-se a escrever, sem vos ser encomendado! Comecem a olhar o que vos rodeia, a comentar o que veem, a dar a vossa opinião (...)
- Olha lá, tu dizes-me que achas que as coisas não têm nada para dizer, não é? Pois então, experimenta imaginar-te essas coisas quer dizer, uma coisa qualquer, e fala como se fosse ela a falar! Talvez então descubras se ela tem qualquer coisa para dizer, que tu de fora não consegues descobrir..."
Parei a leitura e coloquei este desafio à turma. Pediram-me para trabalhar em conjunto com outro colega.
Aqui estão alguns poemas, acompanhados da respetiva ilustração, resultantes deste desafio.
Uma Bola
Eu sou uma bola
que rola e rebola
Só me querem chutar
sem parar.
Estou cansada
de tanto rebolar.
E, às vezes, até
me fazem enjoar.
Sou uma bola
que rola sem parar
e às vezes até
me fazem chorar.
Poema e ilustração de Duarte Rufino e Maria Inês Laureano, alunos da T.6 de E.B. de São Domingos
A Pandeireta
Sou pandeireta
pandeireta sou.
Estou sempre a tocar
não consigo parar.
Quando estava nas mãos
da menina pequenina
ela batia e batia
e eu sempre sorria.
Noutro dia me batia
outra vez e outra vez
até que me fartei
e nunca mais sonhei.
Poema e ilustração de Carlota Rodrigues e Margarida Garrido, alunas da T.6 da E.B. de São Domingos.
O Coração
Sou pequeno e vermelhinho
Mais gasto do que um adivinho
às vezes estou zangado
e também fico amuado.
Trabalho até mais não
E é sempre o habitual
quando o dono se porta mal
a recompensa é um estaladão.
Mas hoje conheci
um coração amigo
que quer estar sempre comigo.
A sua alegria enche-me profundamente
E está em harmonia constantemente.
(...)
Os versos que faltam são segredo.
Poema e ilustração de Débora Santos e Mariana Marques, alunas da T.6 da E.B. de São Domingos.
Sem comentários:
Enviar um comentário