24.3.14

Recordando Ary dos Santos

Hoje, recordamos o poeta Ary dos Santos com o seu poema "Cavalo à solta".
Além deste poema, poderão conhecer ou recordar outros aqui.

Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve, breve
instante de loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa

Em ti respiro
em ti eu povo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo

Por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

Também podem ouvir o poema na voz de Fernando Tordo.




Quanto ao poema dos alunos, selecionámos um do Rafael Raimundo, aluno da T.5 da E.B. de São Domingos.
 O Rafael inspirou-se no quadro "Carnaval de Arlequim", de Joan Miró para construir o poema.

O Dia das Bruxas

É uma noite escura
O medo espalha-se
E toda a gente grita:
- Vêm aí fantasmas!
O luar brilha muito,
O espetáculo vai começar!
As pessoas, cheias de medo
Tremem sem parar.
Na cama, dormia o menino
Estava  a sonhar com o seu gato
O gato Félix
que lhe roubava o sapato.

2 comentários:

  1. Muito bem filhote, estás um poeta :)

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    1. Não tenho dúvidas! A facilidade com que constrói os textos é reveladora da sua veia poética! Parabéns e espero que continue com o mesmo entusiasmo:-)

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