17.3.14

Recordando Manuel da Fonseca

Manuel da Fonseca, o poeta que escolhemos para hoje, com o seu poema


Antes que seja tarde


Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.

Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.

Poderão ler mais poemas aqui.

Cipreste contra o céu estrelado
Quanto ao poema dos alunos, optámos por um da autoria do Daniel, aluno da T.6 da E.B. de São Domingos. Para o ilustrar, selecionámos uma pintura de Van Gogh.

Boa noite

O meu jantar estava bom...
Já vesti o pijama...
Também os dentes lavei
E já ouvi: chichi, cama!

A lua já está no céu
Redonda, branca e brilhante.
E as estrelas estão espalhadas
como as sardas de um gigante.



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