Ao décimo quinto dia do mês de Março, trazemos a singularidade da poesia de António Aleixo.
Este Livro que vos deixo... abrimos, folheámos, lemos e recordámos a espontaneidade das suas quadras.
Aqui vos deixamos algumas...
Quadras
Peço às altas competências
perdão, porque mal sei ler,
p'ra aquelas deficiências
que os meus versos possam ter.
Quando não tenhas à mão
outro livro mais distinto,
lê estes versos que são
filhos das mágoas que sinto.
Julgam-me mui sabedor;
e é tam grande o meu saber
que desconheço o valor
das quadras que sei fazer!
Compreendo que envelheci
e que já daqui não posso,
como não passam daqui
as pobres quadras que faço.
(...)
Se pedir, peço cantando,
sou mais atendido assim;
porque, se pedir chorando,
ninguém tem pena de mim.
(...)
Após um dia tristonho,
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias.
(...)
Quanto ao poema dos alunos, a nossa escolha recaiu sobre o poema "Eu fui egoísta", escrito pela Micaela, aluna da T.5 da EB de São Domingos, após audição do conto "O gigante egoísta" de Oscar Wilde.
Para o ilustrar selecionámos uma pintura de Paul Klee.
Eu fui egoísta
Eu fui egoísta
quando não quis fazer
a natureza florescer.
Eu fui egoísta quando
não quis emprestar
a brincadeira assim
teve de acabar.
Eu fui egoísta quando
não deixei
o meu irmão jogar.
Assim, a amizade
esteve quase a findar.
O poema está muito engraçado! Parabéns!
ResponderEliminarMicaela estás de parabéns atua melhor amiga Débora Fernandes
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