2.3.14

Recordando Florbela Espanca...

"Lágrimas ocultas"

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!


Quanto ao poema do aluno, optámos por um feito pelo Rodrigo Miranda, da Turma 6 da E.B. de São Domingos.
Este poema foi construído após audição do conto "O gigante egoísta", da autoria de Oscar Wilde.
Como ilustração do poema, escolhemos uma tela de João Alfaro.

A Vida


Eu fui egoísta...

Eu fui egoísta
Até o meu avô morrer
Mas vê-lo sofrer
Tornou-me noutro ser.

Com o meu comportamento
A minha mãe ficou contente
Com a mudança de sentimento
Agrado a toda a gente.

1 comentário: