Hoje, dia 8 de março, recordamos a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Escolhemos o poema "Fundo do Mar".
No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
no desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
Quanto ao poema do aluno, escolhemos "Eu e a avozinha", escrito pelo Francisco Pena, aluno da T.5 da E.B. de São Domingos.
Para o ilustrar, escolhemos uma pintura de Nadir Afonso.
Hoje, chorei
mas amanhã cantarei.
Ventania |
E ela está na cozinha
com as panelas a arder
e o comer a ferver.
Entretanto houve uma explosão
E a panela caiu no chão.
Depois fomos ver
E na rua estava a chover.
A cozinha começou a arder
E eu fui a correr.
Fui buscar a mangueira
E apaguei a fogueira.
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