8.3.14

Um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen


Hoje, dia 8 de março, recordamos a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Escolhemos o poema "Fundo do Mar".

 No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.


Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
no desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.

Quanto ao poema do aluno, escolhemos "Eu e a avozinha", escrito pelo Francisco Pena, aluno da T.5 da E.B. de São Domingos. 
Para o ilustrar, escolhemos uma pintura de Nadir Afonso.

Hoje, chorei
mas amanhã cantarei.
Ventania
Estou com a avozinha
E ela está na cozinha
com as panelas a arder
e o comer a ferver.
Entretanto houve uma explosão
E a panela caiu no chão.
Depois fomos ver
E na rua estava a chover.
A cozinha começou a arder
E eu fui a correr.
Fui buscar a mangueira
E apaguei a fogueira.



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